Cansada de aguardar resultados, em São Luís população age com as próprias mãos

Por pouco a população não linchou os assaltantes.


Com a crescente onda de violência, assaltos e arrombamentos diários, estupros e mortes, a população de São Luís cansou de esperar resultados eficientes do sistema de segurança pública. E decidiu agir, em sua defesa, com as próprias mãos.
Nos últimos meses bandidos foram mortos e linchados por cidadãos de bem. A reação, que passou a ser constante neste mês de abril, é inusitada e preocupa as autoridades.
De um lado, a população indefesa com sua razão. Do outro, a polícia impotente segue tonta, batendo cabeça, tem seus motivos estruturais para não responder aos anseios das comunidades. No centro, a Justiça, que age como agente facilitador para colocar nas ruas que deveriam estar atrás das grades.
No ano passado, uma advogada assassinou um bandido que tentava roubar sua genitora na porta de uma agência do Bradesco na avenida dos Holandeses. Meses antes, um empresária matou três marginais que pela quinta vez assaltariam a loja de joias da sua genitora., na rua da Palma, centro.
Agora em 2013, três de bandidos durante assaltos. Nenhum deles cometido pela polícia, mas por mãos limpas que reagem indignadas para não morrer.
Neste final de semana mais três casos e muita euforia pelo feito. No Cohatrac, na tarde de sexta-feira, dia 26, dois homens armados estupraram uma jovem. Insatisfeitos, partiram para assaltar um restaurante. Populares que presenciaram a cena não se contiveram e partiram para o ataque. Lincharam os bandidos que foram tomados por policiais antes de acontecer o pior.
Ontem, domingo, mais inciativas populares. No bairro de Fátima, na avenida dos Africanos, um jovem bandido foi linchado depois que tentou arrombar um depósito pela segunda vez. As pessoas foram pra cima dele que foi salvo por uma guarnição quando trafega naquele momento no local.
Ainda ontem, no mesmo domingo, nas proximidades do Anjo da Guarda, um elemento tenta estuprar uma moça no matagal. Ao perceberem a cena, um grupo de adolescente que jogava futebol ao lado, correu e pegou o bandido.
Impiedosos e furiosos, os adolescentes caíram malhando o marginal, que foi salvo por uma viatura da Samu, quando ia passando por lá. Não fosse a ação preventiva, o bandido estaria hoje sendo velado.
Um dado curioso chama a atenção nestes casos: nenhum dos populares teve a inciativa de ligar para a polícia. Todos queria fazer a lei com as próprias mãos.
Mas para chegar a esta situação, é preciso compreender que a população foi feita refém do seu próprio medo. Os bandidos tiraram o direito de ir e vir do cidadão, como mostra esse assalto abaixo em plena luz do dia, no Maiobão postado ontem no Youtube.
Quando se chega a um estado em que a população cansada reage indignada, sinal de que estamos caminhando para entender que aqui é uma terra sem lei.
E é bem provável que a ilha rebelde ganhe espaços na imprensa nacional, como a cidade que encarnou os piores períodos do velhos Oeste, onde nem os xerifes tinha poderes para controlar a violência. Uma lástima!

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