‘Investigações irão para Polícia Federal’, diz Aluísio Mendes

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A quadrilha de agiotas que durante quatro anos provocou um rombo de R$ 100 milhões nos cofres de prefeituras maranhenses também tinha braços no poder.
As investigações da polícia encontraram indícios da participação de políticos e policiais no esquema da agiotagem, denunciado pelo jornalista Décio Sá, assassinado pela quadrilha.

O secretário de Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes esteve no JMTV1ª edição e falou sobre a atuação da quadrilha e os desdobramentos das investigações.
“Durante a investigação da morte de Décio Sá se identificou a atuação dessa quadrilha. Foi identificado também que boa parte dos desvios são referentes a recursos federais. Por isso, vamos encaminhar todo o processo para a polícia federal para apuração do caso”.
Para Aluísio Mendes, o foro privilegiado que deputados têm pode atrasar a apuração. “A partir do momento que o investigado tem o foro privilegiado, é preciso dessa autorização. Não poderíamos macular toda a investigação já feita, pois é um preceito constitucional. Essas prerrogativas dificultam o andamento de investigações”.
O caso de agiotagem identificado no estado, com a morte do jornalista Décio Sá, alertou a polícia para a gravidade do crime em todo o país. “Identificamos de maneira muito concreta de atuação dessa quadrilha no Maranhão e no Piauí. Ela está totalmente mapeada, mas essa investigação está apontando para outros grupos com a mesma atuação pelo Brasil”.
Segundo o secretário Aluísio Mendes, o crime tinha início ainda no período eleitoral. “Foi demonstrado de maneira cabal a prática de agiotagem nas campanhas, com abordagem no início das campanhas, com cobrança de juros exorbitantes, quase impagáveis posteriormente”, explicou.
Sobre a apuração do assassinato do jornalista Décio Sá, a perspectiva é que o caso seja concluído até o fim do ano. “Temos uma grande preocupação de solicitar a participação do MP em todas as etapas, todas os processos, o que dá mais confiança e robusteza às investigações. A Justiça está normatizando essa questão. As oitivas já foram marcadas e no fim do ano devemos ter um resultado positivo desse caso”, concluiu.

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