‘É a voz do povo’, diz Cafu sobre vaia a Dilma na abertura

O técnico Luiz Felipe Scolari não quis nem sequer tocar no assunto depois da estreia do Brasil, no sábado, contra o Japão, em Brasília. Mas seu capitão na conquista do penta, em 2002, falou abertamente sobre as vaias à presidente Dilma Rousseff no Estádio Nacional Mané Garrincha, na abertura da Copa das Confederações. 
Hoje, o ex-lateral é integrante do Comitê Técnico da Fifa, e participa do torneio como observador. Na manhã deste domingo, na sala de imprensa do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, Cafu reconheceu a repercussão negativa do episódio mas em nenhum momento se prestou a defender a presidente. 
“Foi uma situação desagradável, uma situação ruim, não pegou muito bem. Mas é a voz do povo brasileiro”, afirmou o ex-atleta da seleção brasileira. “Ela é a presidente, é a autoridade máxima do nosso país, e sem dúvida alguma impõe respeito. Mas não é possível para conter a todos em meio ao povo.”
A Fifa evitou comentar o assunto, até porque o presidente da entidade, Joseph Blatter, também foi vaiado – principalmente quando cobrou o torcedor pelo comportamento hostil à presidente. 
“Amigos do futebol, onde está o respeito, onde está o fair play?”, perguntou, irritado, provocando uma vaia ainda maior. 
Entre os jogadores da seleção brasileira, Lucas – um atleta acostumado a ser aclamado pelo público nos jogos do Brasil, em que sempre tem seu nome gritado quando está no banco – saiu em defesa da presidente antes de deixar o estádio em Brasília. “Ninguém quer ver a nossa presidente vaiada.
 Ela comanda o nosso país. É que tem sempre os do contra, é assim no Brasil”, disse o jogador. No momento em que foi vaiada, Dilma apareceu nos telões do estádio ao lado de Blatter, ambos de pé nas tribunas, com microfones em mãos. Fora da cena, do outro lado da presidente, estava o cartola José Maria Marin – que, curiosamente, vinha sendo isolado pelo governo justamente em função de sua impopularidade.
Marin tentou diversas vezes chegar a Dilma nos últimos meses, mas não foi recebido pela presidente, que não queria ter sua imagem associada à do presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo.
 Durante o jogo, trocaram algumas palavras e se cumprimentaram depois do primeiro gol. A interação entre os dois, porém, foi bastante limitada. 
Dilma também dividia a tribuna de honra com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que apareceu para o jogo do Brasil não com o uniforme da equipe de Felipão, mas sim com uma camisa da seleção de vôlei, com marca (Olympikus) e patrocinador (Banco do Brasil) concorrentes dos parceiros oficiais do evento (Adidas e Itaú) e da CBF (Nike e Itaú). 
Ao lado de Gleisi estava o controverso presidente da Federação Alagoana de Futebol de Alagoas, Gustavo Feijó, escolhido por Marin para ser o chefe da delegação brasileira na competição.

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