Fapema apoia estudo sobre prevalência de quedas na população idosa de São Luís

Com apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), está sendo desenvolvido em São Luís o “Estudo epidemiológico para traçar o perfil da funcionalidade e propensão a quedas na população idosa”. 

O projeto é coordenado pela professora doutora Rosane Silva Dias em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Reabilitação Profissional e Funcional (NUPERF), da Universidade Ceuma.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 34% da população maranhense tem mais de 60 anos, ou seja, são idosos.

 E um dado que chama atenção e preocupa é que, segundo o Ministério da Saúde, as quedas são responsáveis por 7 em cada 10 mortes acidentais de pessoas com mais de 75 anos e representam a sexta causa de óbito para quem tem mais de 60 anos.

Essa realidade tem chamado a atenção de especialistas em saúde em relação ao bem estar e qualidade de vida daqueles que estão na terceira idade. 

Contudo, o Brasil vem apresentando um problema em dimensão de epidemia: as quedas e suas consequências para as pessoas idosas, que pode acarretar em imobilidade e dependência dos familiares.

Monitorar essa realidade é o objetivo do estudo coordenado pela professora Rosane Silva Dias, cujo projeto foi iniciado em novembro do ano passado e visa descobrir os fatores que podem influenciar na ocorrência de quedas e, a partir daí, planejar atividades preventivas e de promoção da saúde. 

“Nosso objetivo primeiramente é conhecer a realidade das quedas em São Luís e depois abordar o idoso como um todo, ou seja, tanto em aspectos físicos como também ambiental, já que na maioria das vezes a queda ocorre dentro da própria casa”, esclareceu Rosane Dias.

Na capital maranhense, a prevalência de quedas é superior à média nacional. Em todo o país, a ocorrência média de quedas chegou a 35% no último ano. Em São Luís, nos últimos dois anos, a prevalência foi de 44%, sendo maior entre as mulheres. Um dos motivos apontados é que na capital maranhense, a terceira idade ainda não tem o hábito de realizar atividades físicas regulares.

Quatrocentos idosos foram abordados durante essa fase da pesquisa. A amostragem foi realizada em sete distritos sanitários da capital, onde foram selecionados aleatoriamente os bairros.

A intenção era abranger qualquer pessoa maior de 60 anos, com um estado cognitivo que o permitisse interagir com os pesquisadores. “Mas, tivemos dificuldades, como o deslocamento, já que abordamos os idosos em seus domicílios. 

O acesso a idosos que residiam na área nobre foi muito difícil e praticamente não conseguimos abordar pessoas da terceira idade dessa classe social”, lamentou.

A pesquisa foi contemplada pelo edital Universal da Fapema. “Nosso planejamento é implantar programas de prevenção nas diferentes unidades de atendimento à saúde na cidade. 

Já apresentamos outros projetos à Fapema e em caso de aprovação gerará grandes benefícios à nossa população. Hoje, sem o apoio da Fapema não estaríamos desenvolvendo pesquisa científica de qualidade no estado”, declarou a professora.

Os resultados da primeira etapa devem ser divulgados durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, neste mês de outubro. O projeto será finalizado em 2014.

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