Grande Ilha tem média de 2 assaltos a ônibus por dia

Dados dos sindicatos dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Maranhão (Sttrema) e das Empresas de Transporte (SET) apontam que o primeiro trimestre de 2014, que ainda nem terminou, soma 149 assaltos a ônibus na Grande Ilha (São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa). O número – que significa ma media de 2 assaltos por dia – já superou as ocorrências do mesmo período do ano passado, que teve 133 assaltos registrados.
assalto a onibusOs assaltos a coletivos ocorrem a qualquer hora do dia ou da noite
Em todo o ano de 2013, foram praticados 605 assaltos a ônibus, na Grande Ilha, totalizando uma média de 50 ocorrências por mês – quase duas por dia.
Segundo Gilson Coimbra, presidente do Sttrema, a violência no transporte público tem atingido “proporções alarmantes” em São Luís e região.
Ele afirmou que, das 23 empresas que operam no sistema de transporte público da Grande Ilha, apenas oito repassam ao sindicato o número de assaltos a ônibus.
ONIBUS-SãoLuísSó 8 das 23 empresas que operam na Ilha comunicam os assaltos aos sindicatos
“Normalmente, as empresas Primor, Gonçalves, Taguatur, Menino Jesus de Praga, Solemar, São Bendito, 1001, Maranhense e Ratrans são as que costumam informar as ocorrências. As outras 15 preferem não repassar os dados, talvez pela sensação de impunidade. Por conta disso, podemos deduzir que o número real de assaltos durante ao ano é bem maior do que os divulgados por nós ou pelo SET”, disse o sindicalista.
De acordo com Gilson, os pontos em que as ocorrências são mais frequentes são as avenidas dos Franceses, dos Africanos, Daniel de La Touche, General Arthur Carvalho, além do retorno do São Francisco, área Itaqui-Bacanga e do km 0 ao 3 da BR-135.
O sindicalista ressaltou que, além do crescimento desses números, há também o aumento do grau da crueldade dos bandidos para com as vítimas.
“Não existe mais horário nem local para a prática de assaltos. Os bandidos atacam a qualquer hora e em qualquer lugar. Em decorrência disso, estamos realizando reuniões periódicas – todo dia 10 de cada mês – com o Comando Geral da Polícia Militar, a fim de traçar estratégias para coibir essa prática”, disse Gilson.
Untitled-1Gilson Coimbra e Luís Siqueira: reuniões mensais com o comando da PM
Segundo o sindicalista, a prática, muito comum antigamente, de o patrão obrigar o cobrador a pagar o valor roubado hoje não acontece mais.
A Convenção Coletiva de Trabalho, registrada no TRT-MA e assinada por patrões e empregados, afirma que o ônibus deve possuir cofre “boca de lobo” e o cobrador deve depositar nele a partir de R$ 50 arrecado, se eximindo da multa e garantindo sua segurança, uma vez que a chave fica com um fiscal. Em caso de roubo abaixo desse valor, o trabalhador fica isento do pagamento.
A orientação a motoristas e cobradores em caso de assalto é comunicar imediatamente o 190 (Ciops). Em seguida, os funcionários devem avisar a empresa e registrar um Boletim de Ocorrência na delegacia mais próxima.
O superintendente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros São Luís (SET), Luís Cláudio Siqueira, confirmou os números de ocorrências e ressaltou que o a entidade patronal também tem cobrado providências que visem garantir a segurança de passageiros e trabalhadores.
Ele disse que a cada 15 dias se reúne com o coronel Ivaldo Barbosa, chefe de Missões Especiais da PM e uma vez por mês com o comandante da PM-MA, coronel Aldimar Zanoni Porto.
“Foram traçados 17 eixos críticos da Grande Ilha, onde as viaturas devem atuar de forma ostensiva e preventiva, na chamada Operação Corredor, em que ônibus e motocicletas são parados para que condutores e passageiros sejam revistados”, disse Siqueira.
De acordo com o superintendente do SET, em 2014, na Grande Ilha, ocorreram 52 assaltos em janeiro (1,7 por dia); 55 em fevereiro (2 por dia); e 42 até o dia 17 de março (2,5 por dia).
Em 2013, foram 60 ocorrências em janeiro; 33 em fevereiro e 40 em março (até o dia 17).

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