No Piauí, cartão corporativo é usado para pagar orgia com garotas de programa

A conta do hotel, no valor de R$ 3 mil, foi paga com o cartão de órgão público
Entre os clientes da rede de prostituição, políticos, empresários e agentes públicos

TERESINA - Em entrevista coletiva, a delegada de Repressão a Crimes de Alta Tecnologia da Delegacia Geral (Dercat), Christiane Vasconcelos, disse que um cartão corporativo de um órgão público do Piauí foi usado para pagar serviços de garotas de programa e rufiões, agenciadores de prostitutas, para uma orgia em Teresina. A conta do hotel onde a orgia teria ocorrido foi de R$ 3 mil.


A descoberta foi feita durante um trabalho de busca e apreensão na casa de Renato Rosberg Figueiredo de Morais, preso na manhã desta terça-feira, acusado de usar fotos de mulheres em redes sociais para atrair clientes e vender programas. O preço médio é de R$ 800.


A delegada Daniela Barros informou que o serviço de prostituição era usado por agentes públicos, políticos, empresários e outras pessoas. Vários assessores parlamentares do órgão serão ouvidos pela Dercat. Esses eram alguns dos clientes de Rosberg.


Carla Brizzi, delegada do Serviço de Operações Especiais (SOE) da Secretaria de Segurança Pública do Piauí, disse que ainda não pode divulgar o nome do órgão público que usou o cartão, nem o hotel onde teria ocorrido a orgia.


- Ainda não podemos dar maiores detalhes, porque esta será uma investigação a parte. Houve um gasto de aproximadamente R$ 3 mil - disse Carla Brizzi.


As imagens mostradas durante a entrevista coletiva, com Renato Rosberg agenciando garotas para seus clientes, cobrando dinheiro e as colocando dentro de táxis e outros veículos para programas foi apresentada pela Delegacia de Repressão de Alta Tecnologia com edição de imagens de filmes e seriados de TV, com trilha sonora, misturando realidade a elementos de ficção.


A Delegacia de Repressão aos Crimes de Alta Tecnologia informou que a prisão de Renato Rosberg de Morais ocorreu durante a Operação Book Eletrônico. Ele é acusado de agenciar garotas de programa.


De acordo com a delegada Christiane Vasconcelos, Rosberg já atuava explorando garotas de programas há cerca de quatro anos e meio e chegava a ganhar até R$ 1 mil com o agenciamento.


- A investigação começou quando recebemos a denúncia de uma jovem de 20 anos, que teve sua foto captada de uma rede social e postada em um site de prostituição.


Ela disse ainda que Renato Rosberg utilizava redes sociais, e-mails e até o Whatsapp para divulgar as garotas. Quando o cliente ligava, o acusado afirmava que aquela garota não estava disponível, mas que teria uma parecida. Na maioria das vezes, fechava o contrato. Os policiais fizeram uma busca em sua casa na manhã desta terça, onde apreenderam vários documentos e aparelhos eletrônicos.


As delegadas Christiane Vasconcelos, Carla Brizzi e Daniela Barros disseram que as investigações começaram depois que uma jovem de 20 anos procurou a polícia. Vasconcelos falou que a jovem estava irritada porque tinham utilizado sua foto ligando-a à prostituição.


- Demos início à investigação e descobrimos que ele fazia o uso indevido das imagens das pessoas que eram facilmente obtidas em sites da internet. Rosberg utilizava celular, webmail e diversos aplicativos. Estamos investigando para ver se outras mulheres tiveram suas imagens utilizadas indevidamente. Contabilizamos 19 garotas agenciadas, mas o número pode ser mais elevado. Em um só dia ele conseguia de R$ 700 a R$ 1 mil dependendo da garota e seus atributos físicos. Não se identificou a participação de menores, mas a polícia está investigando. A prostituição não é crime e o foco da investigação não são as meninas, nem os clientes, mas quem tira proveito da prostituição alheia. Esse é um crime que às vezes está vinculado ao tráfico de entorpecentes, tráfico de pessoas, isso é um trabalho que cabe a polícia judiciária combater. O perfil das prostitutas é de moças universitárias com boa aparência - explicou.


Ela acrescentou que o rufião agenciou a garota e as entregava pessoalmente aos clientes:


- Ele fazia pessoalmente a entrega das garotas aos clientes em locais previamente agendados, geralmente motéis da cidade; ia deixar de táxi, pontualmente no local, recebia a comissão e o cliente acertaria depois o restante com a garota de programa. No vídeo que gravamos durante as investigações foram vistas seis jovens, todas maiores de idade, e cada uma delas recebeu R$ 300 pelo programa. O acusado confirmou o crime e colaborou com a polícia.

Do Blog Gilberto Lima


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