Polícia Civil deflagra operação DPVAT em Governador Nunes Freire

Por determinação do Superintendente de Policia Civil do Interior, Jair Lima de Paiva equipes de investigadores lotados na Delegacia de Governador Nunes Freire, com o apoio de policiais civis da SPCI, deflagraram na última quinta-feira (24), a Operação DPVAT, no município de Governador Nunes Freire.
A ação foi coordenada pelo delgado Ricardo Pinto Aragão, titular do distrito de Governador Nunes Freire, e teve como objetivo dar cumprimento a três mandados de prisão temporária em desfavor de José Maria de Oliveira, 44 anos; Raimundo de Castro, o “Juçara”, 38 anos e Maria Castro Teixeira de 57 anos. Eles são suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em falsificação de certidões de óbitos para receber o seguro DPVAT.
Segundo as investigações policiais, a quadrilha alterava a causa da morte na Certidão de Óbito, quando a morte natural de alguém era transformada em morte de acidente de trânsito. Conforme explicou o delegado de Governador Nunes Freire, Ricardo Aragão há pelo menos seis meses a Polícia Civil está recebendo denúncias anônimas dando conta de falsificação de certidões de óbitos nos cartórios de Governador Nunes Freire e Maranhãozinho.
A Polícia Civil deu inicio às investigações, identificando os envolvidos, e solicitando à justiça a autorização de realizar grampos telefônicos.

Como funcionava o golpe
O delegado Ricardo Aragão disse que uma ex-funcionária do Hospital de Governador de Nunes Freire, Maria Célia Pereira Barbosa, que se encontra foragida em Minas Gerais, recebia informações referentes à morte natural de algum paciente. De posse dos dados, ela se dirigia à residência dos familiares da vítima e, de forma fraudulenta, se apoderava da Certidão de Óbito, onde, depois, era alterada a causa da morte, indicando sempre que se tratava de morte por acidente de trânsito, para que pudessem receber o benefício do seguro DPVAT.
“Maria Célia não agia sozinha, contava com o auxílio de muitas pessoas, que facilitavam o seu acesso aos documentos. Ela, inclusive, chegou a entregar a Certidão de Óbito do próprio pai para que Raimundo de Castro, irmão dela recebesse o seguro de forma fraudulenta. O beneficio foi pago na quantia de R$ 13.000,00” detalhou o delegado que comandou as investigações.
De acordo com o delegado Ricardo Aragão, era o principal agenciador de seguro DPVAT na cidade de Governador Nunes Freire. A organização criminosa ainda contava com a participação do médico José Fernandes da Silva Júnior, natural da cidade de Crateús (CE). O médico teria sido preso em dezembro de 2013 por emitir laudos periciais falsos, atestando invalidez permanente para beneficiários que não eram examinados. Pelo serviço o médico cobrava R$ 50,00.
Durante as investigações a Polícia Civil descobriu que o corretor do seguro DPVAT na cidade Crateús, Júlio César Mourão dos Santos era quem intermediava a entrega de processos administrativos recebidos do agenciador José Maria para o médico José Fernandes, que preparava a documentação para que o benefício fosse pago.
Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça dão conta da participação de José Maria e Júlio César organizando o recebimento dos seguros DPVAT dos beneficiários. Eles chegam até simular acidentes comuns, como quedas de uma árvore e envolvendo bicicleta e acidentes de trânsito.
A polícia calcula que a seguradora Líder já teria pago mais de R$ 200 mil em seguros fraudulentos. Todos os envolvidos no esquema serão indiciados e irão responder por falsificação de documento público e particular, falsidade de atestado médico, formação de quadrilha e estelionato.
José Maria, Raimundo de Castro e Maria Castro estão presos e deverão permanecer na delegacia de Governador Nunes Freire à disposição da Justiça.

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