Cúpula da Segurança Pública participa de audiência pública em Itapecuru Mirim


A População do município de Itapecuru Mirim, a 118 km de São Luís, atendeu ao chamado e compareceu em massa, na tarde de quinta-feira (05), para participar da audiência publica, que teve como tema “A PAZ COMEÇA EM CASA”, e cujo objetivo foi debater a segurança pública e a situação carcerária naquela região.
 
Além do secretário de Segurança Pública do Estado, Jefferson Portela, o evento contou com as presenças do subdelegado Geral  da Polícia Civil – Lawrence  Melo, do coordenador de monitoramento e fiscalização carcerária do estado, Douglas Martins, das magistradas Mirela Freitas e Layza Mendes da Comarca de Itapecuru, além de representantes da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, do prefeito Magno Amorim, vereadores e a população representada por vários seguimentos.
 
O secretário ouviu atentamente as reivindicações da sociedade, entre elas, sobre o registro de Boletim de Ocorrência, o qual é feito somente até às 20h, e anunciou mudanças imediatas, começando já na sexta feira(06), com a transferência de 12 presos da Delegacia Regional de Itapecuru para o CDP de Chapadinha.
 
Mudanças, também, na Delegacia Regional de Itapecuru, que será instalada no centro daquela cidade, para que seja realizada reforma e ampliação nas instalações atuais, que se encontra toda deteriorado, incluindo, assim, seu sistema hidráulico e elétrico. A contratação de pessoal também foi anunciada.
 
“O governador Flávio Dino não vem medindo esforços para enfrentar essa nossa dura realidade, no tocante a segurança pública em todo o Estado, e prova disso é que, recentemente, mil policiais militares foram convocados, foi autorizada a contratação de 500 militares inativos, que deverão exercer funções burocráticas na Assembleia Legislativa e Tribunal de Justiça. 

O próprio governador devolveu 70 policiais militares que trabalhavam no Palácio dos Leões e requisitou a devolução de outros 30 que estavam à disposição do Legislativo Estadual, colocando 100 policiais, diuturnamente, nas ruas. A contratação de soldado temporário também será discutida, visando aumentar, ainda mais, esse reforço operacional”, informou Portella.

Ainda segundo o secretário, o chamado soldado temporário de terceira classe, são aquelas pessoas que, no passado, prestaram serviço ao Exército Brasileiro, porém dispensados, e que também serão engajados no serviço externo, durante 36 meses, porque são homens preparados no manuseio de arma de fogo e com formação militar. Ele ressaltou que essa experiência, de forma positiva, já vem sendo testada nos estados de São Paulo e Goiás.

Com um discurso incisivo, característica que lhe é peculiar, Portela falou da importância da criação do Conselho Comunitário, e que segurança pública não é apenas um problema de polícia, mas, também, social e humano. “Hoje, o que percebemos é que estamos juntos, porém, separados por uma fronteira invisível.

Estamos nos desumanizando. Gente é para se preocupar com gente. Nós estamos olhando, apenas, para os nossos problemas, e esquecendo que vivemos em um planeta cheio de pessoas. Temos que ter responsabilidade com o próximo. A nossa família não é mulher, filho, mãe ou pai, a nossa verdadeira família é a humanidade. 

E assim que temos que começar a pensar, pois quando entendemos que o problema de um é do outro, iremos corrigir a sociedade, e isso é raro, não, é um sonho, é, mas quem não sonha está morto, nos temos que acreditar nessa possibilidade”, disse Jefferson Portella, emocionando os presentes.
 
Para a juíza Mirela Freitas, o resultado foi surpreendente. “A minha avaliação é bastante positiva, pois, até que enfim, as autoridades se convenceram que sozinho os poderes não irão resolver uma situação de tamanha magnitude como essa, mas se os poderes se unirem, e cada um cumprir o seu papel, conseguiremos alcançar um bom resultado”, disse a magistrada.

Diante do que foi debatido na audiência, a juíza foi mais além, acreditando que o modelo de Segurança Pública, no tocante ao sistema carcerário, obterá um resultado excelente, e fazendo com que o município de Itapecuru Mirim seja referência não apenas para o Maranhão, mas, também, para todo o Brasil.

“Essa é a primeira vez que estou vendo o empenho do Executivo, Legislativo e Judiciário, sobretudo da sociedade, que está se despindo de conceitos ultrapassados e superficiais. O que reflete segurança pública não é o fato do número de policiais nas ruas ou mais presos.

Hoje, precisamos pensar a segurança de forma mais global, ampla como ela realmente deve ser. Por isso acredito que a sociedade de Itapecuru já teve um ganho imenso em pensar de forma diferente, mostrar que é uma sociedade diferente, e a partir daí eu tenho certeza que nos vamos começar a colher os frutos de uma excelência na área de segurança pública”, ressaltou Mirela.


Ao final do evento, as autoridades compactuaram que, no dia 07 de maio, a cúpula da SSP retornará ao município para avaliar as mudanças sugeridas. “Estamos abraçando um modelo de gestão aproximada, onde os contatos são diferentes e as reuniões periódicas.

Por isso iremos voltar aqui para prestar contas e avaliar o dia de hoje, na sua consequência no tempo, pois não viemos para cá brincar ou perder tempo. Temos que voltar para saber a realidade, se melhorou ou não, porém, tenho certeza, que o resultado será satisfatório”, finalizou o secretário.

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